Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal
apontou que supostas irregularidades nos editais relacionados à
construção do Estádio Nacional de Brasília podem ter elevado em R$ 431
milhões o preço da arena. A análise também diz que o custo total da obra
deve ficar em R$ 1,9 bilhão – 183% a mais que o previsto originalmente,
R$ 670 milhões. O relatório foi publicado pelo jornal "Folha de
S.Paulo" neste domingo (16) e, posteriormente, divulgado pela assessoria
do órgão.
Por e-mail, a Secretaria Especial da Copa, negou as irregularidades,
disse que é transparente e que o resultado da fiscalização é preliminar.
Afirmou ainda que o custo do estádio poderá cair para R$ 1,2 bilhão em
razão do abatimento de créditos e que não é correto dizer que o
orçamento inicial era de R$ 670 milhões, porque a licitação não previa
cobertura, gramado, placares eletrônicos e assentos. Também falou que o
tribunal inclui na análise obras do entorno da arena e que estes custos
não podem ser atribuídos ao espaço.
O tribunal diz que os dados foram obtidos por meio de visitas com
registros fotográficos, exames em contratos e conferência de
procedimentos. Para o órgão, houve superfaturamento, supervisão
inadequada, não cumprimento do cronograma e emprego de aditamentos que
ultrapassaram limites legais.
Entre as suspeitas de superfaturamento levantadas pelo órgão estão
equívocos no transporte de materiais pré-moldados, que foi calculado
como se ocorresse entre Goiânia e Brasília (240 quilômetros), quando na verdade a fábrica fica próxima ao estádio (1,5 quilômetro).
Com isso, o custo do transporte cobrado do GDF foi de R$ 592 por metro
cúbico, quando deveria ser de R$ 3,70. Somente neste caso, o prejuízo
foi estimado em R$ 879 mil.
“Sem mais esforços, percebe-se que os custos foram superestimados, pois
o transporte de pré-moldados ocorre dentro do próprio canteiro de
obras”, diz o documento. “A utilização de custo de transporte de guia
para DMT de Brasília-Goiânia é totalmente inadequada para o serviço
analisado, não merecendo comentários adicionais para a reprovação do
método.”
O relatório aponta ainda que há licitações relacionadas ao estádio que
ainda não foram concluídas: urbanização e paisagismo no entorno,
estimada em R$ 360 milhões; monitoramento e controle das emissões
sonoras, por R$ 120 milhões e fornecimento e instalação de sistema de
comunicação visual, a R$ 7,1 milhões.
O tribunal aguarda explicações do GDF a respeito dos problemas
apontados. Em janeiro o órgão abriu prazo de 30 dias, prorrogados por
mais 90 dias, para o governo se explicar. O estádio é considerado o mais
caro dentre os que receberam obras para a realização da Copa do Mundo
de 2014. (Fonte G1)
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